Produtora cultural apontou necessidade de tempo para dedicar-se a projetos de sua empresa como o principal argumento para deixar o governo.
A
Secretaria de Cultura (Secult) de Pelotas não está mais sob o comando de Beatriz
Araújo. A carta de exoneração foi entregue na tarde desta segunda-feira (20) ao
prefeito Eduardo Leite (PSDB), em encontro que durou aproximadamente uma hora.
No documento e também na conversa com o chefe do Executivo, no gabinete, a
produtora cultural apontou a necessidade de tempo para dedicar-se a projetos de
sua empresa - a Ato Produção Cultural - como o principal argumento para deixar
o governo. Não haveria qualquer contrariedade de ordem política à decisão. Esta
é a segunda mudança no primeiro escalão. Em novembro, a titular da
Coordenadoria de Transparência e Controle Interno, Hilda de Souza, pediu
afastamento do cargo para assumir tratamento de saúde em Porto Alegre.
Nesta terça, às 15h, o prefeito
reúne-se com funcionários da Secult. A intenção é de que a equipe montada por
Beatriz Araújo possa permanecer ao lado do novo secretário. O superintendente
Giorgio Ronna, à frente da secretaria - interinamente - desde o final de
dezembro, quando Beatriz saiu em férias, seguirá como substituto até o anúncio
do novo nome. A dúvida é sobre qual partido ficará com a cadeira. Bia, afastada
do Partido Popular Socialista (PPS) desde 2007, pertencia à cota pessoal do
prefeito.
"É legítimo que os
partidos apresentem os nomes que têm à disposição. Vamos analisar",
afirmou o tucano. "Mas gostaríamos que a equipe da Secult, que temos na
mais alta conta e está bastante entrosada, possa permanecer". Eduardo
Leite lamentou a saída de Beatriz e fez questão de destacar sua contribuição no
primeiro ano de mandato. "Uma missão importante, em um ano que é sempre o
mais difícil: de estruturação do trabalho, de planejamento das ações, de
implementação de filosofia".
A
palavra de Beatriz Araújo
Em conversa, por telefone, no final da tarde desta segunda, a produtora cultural falou sobre a tomada de decisão e fez rápido balanço sobre os 13 meses de atuação nesta segunda passagem pela Secult. A outra ocorreu de janeiro de 2005, quando Bernardo de Souza (PPS) assumiu a prefeitura de Pelotas, a junho de 2007, quando foi exonerada pelo prefeito Fetter Júnior (PP).
Em conversa, por telefone, no final da tarde desta segunda, a produtora cultural falou sobre a tomada de decisão e fez rápido balanço sobre os 13 meses de atuação nesta segunda passagem pela Secult. A outra ocorreu de janeiro de 2005, quando Bernardo de Souza (PPS) assumiu a prefeitura de Pelotas, a junho de 2007, quando foi exonerada pelo prefeito Fetter Júnior (PP).
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Pontos positivos: A
aprovação de R$ 32 milhões pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das
Cidades Históricas, para investir na recuperação do patrimônio, desponta como
saldo positivo. As comemorações pelo Dia do Patrimônio, nos dias 17 e 18 de
agosto, quando a comunidade ganhou a oportunidade de (re)conhecer vários
prédios e espaços - com programação especial e visitas guiadas - também foram
lembradas por Beatriz Araújo.
A consolidação do Procultura e
a abertura de editais para seleção pública, para definir contemplados com
projetos, foram igualmente mencionadas pela secretária, que reassumiria o cargo
no começo de fevereiro. "São ferramentas que tornam democrática e
transparente a gestão dos recursos", ressaltou.
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Festa popular: As
polêmicas que costumam rondar o Carnaval de Pelotas, com indefinições sobre o
local da folia, sobre quem entra ou não na passarela e - não raro - sobre
quanto será destinado às entidades, não teriam pesado na balança. "Ainda
que possa ser um ponto negativo, não agradar os carnavalescos é algo que não me
causa surpresa", admite. "Muitos, quando têm acesso a um microfone, a
uma emissora de rádio ou a algum vereador, tentam desestabilizar todo um
trabalho".
Em 2014, entretanto, com a
nomeação do superintendente de Manifestações Populares, Francisco Rangel, a
negociação com as entidades deve ser facilitada - aposta. E vai mais longe, ao
acreditar no sucesso da festa: "Com a decisão das escolas do Grupo
Especial em não desfilar, a cidade receberá a oportunidade de resgatar uma
tradição maior, que é do Carnaval participativo e não do Carnaval espetáculo.
Vai ser muito bom para cidade".
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Cenário distinto: Beatriz
Araújo foi exonerada da Secult em 27 de junho de 2007. O prefeito Fetter Júnior
apontou a "oposição sistemática a iniciativas do governo" como
argumento à decisão. Depois de uma coletiva de imprensa que ela chegou a
convocar, seis pessoas da equipe pediram para deixar os cargos de diretores, em
solidariedade à produtora.
"Naquele momento havia
litígio. Agora é muito diferente. Sempre tivemos liberdade de atuar. Nunca
tivemos um projeto imposto, um projeto glosado pelo prefeito Eduardo".
Fonte: Diário Popular